Em alta pelos 100 anos que completaria em 2017, Abelardo Barbosa, que encarnou o apresentador Chacrinha – sucesso até os anos 80 – é assunto na TV esta semana. Além do especial já exibido no Canal Viva e que vai ar quarta (6) na Globo em que é homenageado por Stepan Nercessian e vários artistas antigos e da nova geração, o Velho Guerreiro é tema do “Conversa com Bial” desta terça (5).
Ex-The Voice se reúnem após “Conversa com Bial”
Quem pensa que tudo são flores na lembrança do apresentador que marcou as tardes da emissora, está enganado. José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, diretor da Globo na época, conta como lidava com Chacrinha nos bastidores, lado que poucos conheceram.
“Abelardo era cínico, isolado, e não acreditava em ninguém. Nada a ver com o personagem que ele criou. A criatura era divertida, mas o criador era um chato de galocha. De qualquer forma, ele tinha uma sensibilidade grande e uma visão do comportamento da massa interessante. Chacrinha nasceu para a televisão: Abelardo sabia planejar o programa e Chacrinha desenrolava aquilo. Abelardo falava com o olho, conversava com o telespectador, não só com um auditório. Ele transpunha a tela e chegava nas pessoas, tudo com uma naturalidade grande e colorida”, elogia.
O ex-Casseta Cláudio Manoel, que dirige um documentário sobre o artista, recorda que o “Cassino do Chacrinha” era como uma festa de rua. “Abelardo era eclético: trazia de Alcione a Titãs. Era ligado, lançava moda”. Stepan Nercessian está feliz em reviver o artista e diz que foi Fernanda Montenegro que recomendou seu nome para o papel. “A Fernanda sabe coisas que nem a gente sabe sobre a gente”, brinca.
Luan Santana e Anitta merecem o sucesso
Até o comandante do talk show faz coro, já que escreveu o musical para o teatro, em 2014. “O Chacrinha é meu santo padroeiro. Fui ao programa como plateia umas quatro vezes quando era estudante. Adorava ver como funcionava aquela loucura. Percebi que o que na televisão parecia bagunça, era muito rigoroso, organizado e funcional”, recorda Bial.
(Imagens: João Miguel e Zé Paulo Cardeal/Globo)
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